Ontem, o Fed anunciou que cortaria as taxas de juros. Após essa grande intervenção do Banco americano, que vale destacar nunca foi vista antes, o que se esperava era uma recuperação do mercado, mas o mercado respondeu com mais quedas, inclusive para o Bitcoin.
Essa desvalorização que também afetou fortemente o Bitcoin, revela que o ouro digital na verdade não está sendo reconhecido como uma reserva de valor e que seu preço ainda está muito correlacionado ao mercado de ações.
Neste último domingo, com um anúncio desesperado de conter a grave crise que assola o mercado financeiro global devido a pandemia causado pelo Coronavírus, o Federal Reserve dos EUA reduziu as taxas de juros para zero. Infelizmente tal intervenção na economia não foi bem recebida pelo mercado que continua demonstrando fortes sinais de baixa. Até agora na Ásia, a resposta tem sido amplamente negativa.
Segundo a Bloomberg os futuros do S&P 500 caíram ainda mais hoje e atualmente registra queda de 25% em relação a sua alta. O preço do dólar caiu. Vale destacar que o preço do iene subiu, mostrando recuperação.
O site Bussiness Insider também divulgou hoje que o mesmo tem acontecido no mercado europeu. O FTSE 100 da Grã-Bretanha caiu 5,8%, o DAX da Alemanha caiu 7,7% e o Euro Stoxx 50 caiu 8,5%. Mesmo com as supostamente ‘boas notícias’, os mercados de petróleo não reagiram positivamente. O preço do WTI caiu 8%, e o Brent caiu 10% após o anúncio.
A reação do mercado revela que a intervenção do FED não foi o suficiente. E até o Bitcoin, um ativo considerado a prova de crise não escapou da última derrocada do mercado e também está em forte baixa. O preço do Bitcoin caiu hoje mais 13%, depois de perder metade do seu valor na semana passada, mas não é só isso, mais ainda está por vir.
Na semana passada, a visão do Bitcoin como uma “reserva de valor” foi fortemente atacada, após seguir a queda do mercado de ações. Como uma reserva de valor o preço do Bitcoin deveria ter sido acometido de uma forte alta, mas em vez disso, seguiu o mercado financeiro tradicional e despencou. Entre os dias 7 e 9 de março, o Dow Jones caiu mais de 2.000 pontos. Nestes mesmos dias, o preço do Bitcoin registrou uma forte queda indo de US$ 9.000 para US$ 7.800.
A relação do preço do Bitcoin se mostrou ainda mais relacionado ao preço do mercado de ações em, 12 de março, quando o Dow Jones atingiu seu nível mais baixo, afetando o preço do Bitcoin, que caiu dos US$ 7.500 para US$ 5.500.
O panic sell do mercado financeiro tradicional não poupou o Bitcoin. Isso revela que os cripto-investidores precisam acompanhar o que acontece com os mercados de ações para entender e se prevenir a movimentação do preço do Bitcoin
Jonathan Leong, CEO da exchange Bitcoin BTSE, declarou que:
“A expectativa é que os mercados sejam fortemente afetados, já que o vírus continua afetando as economias globais”, “o corte agressivo nas taxas de juros do Fed é um indicador sério, de que uma situação terrível semelhante à de 2008, está por acontecer.”
Ele continuou dizendo que o futuro do Bitcoin está ligado aos mercados tradicionais.
“No curto prazo, o bitcoin não está imune às quedas que estão por vir, pois os últimos meses indicaram correlação com os mercados de ações.
Essa correlação de preços está afetando que comprou Bitcoin. Até mesmo aqueles que acreditam que o Bitcoin é o ouro digital, estão tendo que ver a forte correlação com os mercados financeiros tradicionais.
Tyler Winklevoss co-fundador da Gemini, utilizou o Twitter para tentar amenizar a correlação do Bitcoin com o mercado financeiro tradicional. Ele disse:
“O Bitcoin não é um ativo para pandemias, é um ativo para regimes fiduciários. Um choque repentino e negativo da demanda na economia global ‘afetará no curto prazo todos os ativos, incluindo ouro”.